quarta-feira, julho 25, 2007

Livre...

" Está vendo aquele tapete na parede? Este tapete é muito especial. Na cultura athabasca, ser um tecedor de tapetes, ou compositor de canções, ou ter qualquer ocupação é uma questão de grande honra. Você precisa ter permissão de um compositor para cantar suas canções, porque contêm seu espírito. E quando você é um tecedor de tapetes, você é proibido de tecer um tapete a menos que saiba que vai viver tempo o bastante para completá-lo. Caso você descubra que precisa morrer"_ veja bem, ela disse precisar morrer_" você executa uma cerimônia com alguém que concordará em terminar a tarefa para você, porque você não pode deixar parte de seu trabalho inacabada antes de morrer. " ..." Amanhã à noite eu vou a uma cerimônia do pontlatch (festa típia indígena norte-americana). Um homem está se preparando para deixar a terra, e ele vai dar à tribo todos os seus pertences. Ele vai dispor suas roupas e ferramentas num grande prato. A tribo irá aceitar simbolicamente os seus pertences, dando a entender que ele será liberado de quaisquer responsabilidades tribais de modo que possa completar o trabalho do espírito. Então ele nos deixará" , contou Rachel.
Fiquei atônita diante da atitude serena e prática de Rachel, especialmente sua calma diante da morte. Onde estava todo o medo ao qual eu estava tão acostumada na nossa própria cultura? Rachel explodira todo meu mundo como eu o compreendia _ em particular, meu conceito da dimensão espiritual da vida, ou Deus_ mas ela era tão casual quanto uma chuva de verão. Eu queria ignorar as verdades que ela me ofereceu como o chá como nada além de crenças primitivas, mas minha intuição me dizia que ela conhecia um Deus muito mais real do que o meu.


" Como esse homem sabe que vai morrer?" Perguntei. Ela parece chocada com minha ignorância. " Me diga:" quis saber Rachel, olhando diretamente para os meus olhos. " Como é que você não sabe uma coisa dessas? Como você pode viver sem saber o que o seu espírito está fazendo e o que o seu espírito está dizendo prá você?"


(Retirado do livro Anatomia do Espírito, de Caroline Myss)

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