domingo, agosto 26, 2007

Apenas letras...

Corra, corra... alcance as falas,
que na garganta embotam...
sacos de rimas que esgotam...
e calam.
Pense, não pense, apenas
corra os dedos... eles são os
terminais da alma...
livres se deliciam,
nos símbolos absortos...
divertem, brincam, escapam!
Apenas vontade, obedeço,
drinques expressos e bebo...
Absorvo, busco e encontro
no vazio, o nada, um lamento,
e no riso, franca ironia...
é que percebi que há rimas
onde antes não havia...
Rosani Seitenfus

Vôo...

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Acredite se quiser, seja o que souber...
o livre arbítrio te tritura os ossos,
pois você é livre como uma pedra no abismo!
Caia seco e torto, com fraturas expostas,
afinal a vida te veio e te vaia as entranhas
rebeldes a ela...
Tente mais uma vez, quem sabe agora
você consiga se convencer que é imortal!
O abismo está a minha frente a cada instante
do agora... estou inerte no parapeito do tempo...
e jogar-se é uma arte que só os fracos
compreendem...
jazem frágeis e alçam vôo...
nem que queiram, não alcançam as pedras!
Rosani Seitenfus

quarta-feira, agosto 15, 2007

Vendas















Aquela janela se desvanecia
nas camadas do meu pensar!
Via e lia quimeras que não gostei,
e nas visões pensei existir mais...
mal sabia que dormia, e ria...
mensagens me vinham no torno
das idéias e lançavam projéteis
voláteis no sólido do existir!
Maia me enganou sem saber
ao menos de mim...
pois maia eu também jazia!
Findava em começos e o ciclo
seguia... uma rota idiota,
sem noção de sua rotina...
Rosani Seitenfus

segunda-feira, agosto 13, 2007

Nascentes!

















Nesta tinta imprimo meus códigos
não sabia que tinha cor...
mas em tons de cinza o arco-íris
se molda com mais teimosia...
e minhas nascentes em prisma se expõem...
conflitos moldam normas...
meus rios as desvanecem
em cachoeiras que não sabia existir!
Minha alma é água e corre...
sempre abaixo, morre...
se molda onde tudo é chão...
onde todo o espaço, em rocha doma o não...
Rosani Seitenfus

Sei lá...




Nem tanto ávido...
trazendo densos e parcos versos,
virando mesas de deboche,
na cara dos tolos...
deixando destroços em garras...
escrevendo seu fôlego em rolos...
baixando lentas runas,
desenhos em brumas...
avisados e sem visão...
em suas sagas se dispõem a viver...
"nem tanto ao mar", venha em par...
seja uma única vez, permissivo...
deixa... deixa... quero te amar...
se escureço... é a noite, não eu...
se amanheço... é você...
Rosani Seitenfus

quarta-feira, agosto 01, 2007

O Morno da hora...
















Estrada de chão...
o sol desenha galhos e folhas na lentidão
do meu pensar...
Observo... lá onde os sentidos são um...
atrás do atrás do atrás...
perto do dentro tão longe...
lagarteando no morno da hora.
Ciclistas passam levando no vento o conversar...
Deslizando na preguiça do asfalto.
Amigos jogam futebol na folga do meio dia...
Na outra ponta do campo um quero-quero assiste,
sentado no ninho... seu par anda por perto...
Na outra esquina,
meninos comentam sobre a gincana da escola:
"_Tem meninas no nosso grupo, precisamos esperar por elas..."
Acho graça do comentário. Havia uma gentileza no seu falar...
Alguém passa acenando...
com um sorriso largo, bonito como o sol!
...no lento do lento... saboreando os detalhes do dia...
vagueia o mover da inércia, onde todas as coisas coincidem,
esbarram, atravessam, dançam e seguem sua rota...
Rosani Seitenfus